Mudanças
por Alexsandra S.S. Machado
A nossa língua portuguesa possui mais de 215 milhões de falantes nativos. Ela é falada oficialmente em Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, além de outros lugares. O português, assim como outros idiomas, evoluiu com o passar do tempo até chegar ao português que temos hoje, o qual é composto de diferentes dialetos e subdialetos, falares e subfalares, sendo a única língua do mundo ocidental com duas ortografias oficiais.
Em 1990, foi assinado, pelos países de língua portuguesa, um projeto que tinha como objetivo unificar a escrita das palavras em português. Essa unificação visava a adoção do idioma português por organismos internacionais e sua universalização. O acordo foi firmado em 1991, aprovado pelo Congresso brasileiro em 1995, mas vinha sendo adiado pois Portugal não o havia ratificado, fato que mudou no início do mês de março deste ano de 2008, quando os ministros do país lusitano anunciaram seu desejo de adesão ao projeto. Algumas mudanças serão efetuadas com a implementação de novas regras, dentre elas estão: o fim do trema, o desuso do hífem, salvo exceções, e do acento diferencial de palavras como para- verbo- e para - preposição, o uso do acento agudo e do circunflexo também sofrerão modificações e além disso, o nosso alfabeto ganhará mais três letras. Entretanto o português lusiatano também sofrerá alterações, uma delas será a perda do "h" inicial de algumas palavras.
Segundo Godofredo de Oliveira Neto, presidente da Comissão para Definição da Política de Ensino-Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua portuguesa, a partir de 1º de janeiro de 2011, todas as mudanças deverão ser efetivadas, no entanto, de acordo com artigo divulgado na Folha de São Paulo no dia 23 de março deste ano, uma comissão do MEC, propõe a implantação de reforma já em 2009 e exige que as obras enviadas às escolas públicas estejam adequadas a estas mudanças em 2010.
A nossa língua materna, em menos de 52 anos, sofreu três alterações: uma em 1934, outra em 1971 e agora essa. Será que estamos preparados para mais uma mudança? Ela é realmente necessária? Isso beneficiará aqueles que tiveram que abandonar seus estudos ou prejudicará aqueles que durante anos estudaram essas regras? Haverá mais vantagens ou mais desvantagens? Bem, há ainda muitas questões a serem respondidas, mas que, só com o tempo e a utilização dessas normas teremos bases para obtermos respostas.