terça-feira, 29 de julho de 2008

LITERATURA-PRODUÇÃO TEXTUAL

LITERATURA-PRODUÇÃO TEXTUAL-RESENHA CRÍTICA.

Apresento, aqui, neste espaço de compartilhamento de produções de nossa turma, duas resenhas críticas que fiz sobre duas grandes obras da literatura brasileira: O GUARANI, de José de Alencar, e QUINCAS BORBA, de Machado de Assis. Aguardo a participação de todos, esperando ter contribuído de alguma forma para o blog.



O GUARANI


Em “O Guarani”, a literatura adquire a função de formadora da identidade nacional, de redefinição do homem brasileiro, ainda carente de matriz própria alimentadora de seu caráter cultural e social, cujos valores, ainda atrelados ao país colonizador, eram agentes impedientes de uma identidade nacional autônoma. É um romance de auto-afirmação brasileira, que busca no índio e no português, nessa mistura de raças e povos com espíritos guerreiros, valorosos e vencedores, o homem genuinamente brasileiro. Pelo menos é essa a visão idealizada que o romance, propositadamente, tenta transmitir. “O Guarani” é um romance histórico, pois busca em relatos reais a respeito da natureza e do povo indígena, a moldura onde se enquadram seus elementos míticos e ideológicos. A gestação do caráter do homem nacional com valores próprios passaria, na visão de Alencar, por essa mistura salutar do valoroso homem português com o destemido indígena, delineando, assim, o caráter e a identidade nacionais. Alencar valeu-se de relatos históricos de cronistas, missionários e viajantes para dar vida ao cenário da história, mas também para que o leitor da obra pudesse identificar como sendo verdadeiros, ou próximos da verdade, aqueles personagens descritos no livro, para que estes pudessem ser mais facilmente identificados como sendo, de fato, parte de nossa história. O processo de consolidação da imagem nacional deveria estar, então, fundamentado no processo histórico.
Dom Antônio é o homem português forte, que cultiva valores e princípios éticos e morais cristãos, dotado de uma autoridade natural que o sangue nobre português lhe confere, além de uma educação formal e sólida. Peri, o indígena honrado, igualmente estruturado nos valores do seu povo, leal aos seus princípios e costumes. Um nobre genuinamente brasileiro. Esse é o desenho correto, tanto do índio quanto do português, que Alencar quer que o leitor absorva. “O Guarani” é uma obra recheada de simbolismo, todos apontando na direção do nascimento do Brasil. A realidade do índio do romance deu vida a uma percepção diferente daquela que existia até então dos povos chamados de primitivos no Brasil, que era a de que estes eram selvagens e não civilizados. Como na obra aqui analisada, Alencar propõe a formação de uma identidade nacional passando pela reedificação de um novo índio, este deveria ser, necessariamente, de elevado conceito. Alencar propôs-se a nobilitar o índio. E também devido a esta necessidade de formação de uma identidade nacional é que Alencar apegou-se na verdade histórica, a fim de dar veracidade e credibilidade a estes caracteres fundamentais que serviriam de novo desenho da nação. Tal verdade histórica foi extraída de fontes fidedignas e documentos autênticos, não podendo, portanto, ser posta em dúvida. O novo brasileiro seria, portanto, um ser de elevado grau de honra e grandeza, uma mistura de povos de valores superiores, conferindo, assim, à nação, uma estima por si mesmo que esta jamais havia experimentado. “O Guarani” não apenas tentou resgatar as origens do país, como também redefinir o espírito de seu povo, conferindo a este uma uma identidade própria e nobre. Tudo isso muito conveniente para um orgulho nacional inexistente até então.




QUINCAS BORBA
-“Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrerão de inanição. A paz, neste caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí, a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, o ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas !”
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Eis aí a doutrina criada pelo personagem que dá nome ao romance, sobre a qual se estabelece toda a história do livro, instruindo seus personagens a se apresentarem ao leitor como peças de um jogo frio e mecânico, onde o que sobrevive é o mais forte, e ao mais forte cabe a recompensa merecida, e a qualquer que aja como sendo fraco e ingênuo, que acredite na expressão sincera dos sentimentos e das emoções, e ignore a frieza do raciocínio pautado por objetivos claros, ainda que escusos, resta o dever de resignar-se com a derrota e de aceitar a indiferença e crueldade dos vencedores.
A doutrina do Humanitismo, de Quincas Borba, permeia todo o romance. O homem como sendo vítima e algoz de si mesmo, o homem lobo do próprio homem, a moral reduzida ao interesse e à paixão, o instinto de conservação ou, mais exatamente, de afirmação e de crescimento de si próprio; esforço próprio a todos os seres para unir-se ao que lhes agrada e fugir do que lhes desagrada, o materialismo e o mecanicismo conduzindo a mente humana e moldando o comportamento do indivíduo, a lógica cruel, mas precisa, de que os fortes são justos e vencedores, e os fracos, culpados e inúteis, inadaptados ao evolucionismo frio que condiciona o homem. Tais conceitos e doutrinas encontram-se na história de Rubião, que, inadaptado ao mundo racional e mecânico, vê-se envolto pela loucura e pisado por seus iguais, uma vez que era fraco demais na lógica pragmática e indiferente do humanitismo, que define o homem como sendo menos importante que a humanidade em si, e a vida maior que a morte, ainda que esta ceife de alguns seu lugar nesta existência. O que importa é a continuidade da evolução. “’Ao vencedor, as batatas”. O ensinamento de Quincas Borba é observado na história como sendo uma espécie de paródia do positivismo.
O capitalista Cristiano Palha fez uso de seu racionalismo pragmático aplicado a seu interesse pessoal de usurpar os bens de Rubião. Cristiano fez a vez do forte, vencedor na escada da evolução, o mais adaptado ao ambiente o mais preparado para lidar com as circunstâncias, de usar os elementos do meio como escada, suporte, como ferramenta de construção de seu destino. Já Rubião, o papel do fraco, derrotado, escravo dos sentimentos, inconsciente sobre o poder da razão e vendado para a indiferença gélida que a vida tem por aqueles que são inertes e ingênuos. A loucura da qual Rubião vê-se vítima é a face mais evidente dessa fraqueza que faz dele um derrotado. Rubião comprova, ao longo da história, a tese do Humanitismo de Quincas Borba, perdendo toda a fortuna herdada e deixando-se usurpar pelo casal ganancioso que age fria e conscientemente com o objetivo de enriquecer.
A história nega completamente o subjetivismo romântico ainda em vigor na época da feitura da obra, colocando o ser humano como peça de um jogo frio e lógico, imune aos apelos emocionais dos homens suscetíveis às fraquezas da condição humana atrelada aos sentimentos primitivos, porém indissociáveis de qualquer indivíduo. A crítica aos valores burgueses, fortemente enraizados no casal Cristiano e Sofia, também é voraz, incisiva e penetrante, minando os alicerces que sustentavam a percepção da sociedade burguesa como sendo correta, íntegra e inatacável.
Os personagens de “Quincas Borba”, sua história e seu desfecho golpeiam violentamente contra o a visão romântica de mundo, na qual, maior e mais forte que os condicionamentos naturais do indivíduo e seus impulsos biológicos, seriam suas virtudes e seu caráter, estes frutos de uma semente pura enraizada no interior de todo indivíduo de valor. Em “Quincas Borba”, os extremos que se opunham nas obras literárias românticas encontram um meio termo comum a todos, e não há mais mocinhos nem bandidos, heróis nem vilões, apenas seres iguais, condicionados pelo meio e pela biologia, tendo na vida a oportunidade de gozá-la como vencedor, ou de amargá-la como um derrotado. O homem em “Quincas Borba” deixa de ser divino ou maldito, e passa a ser, simplesmente, humano.

Claudio Fernando Borrelli
mrflawless85@gmail.com

terça-feira, 22 de julho de 2008

Profª Eliane Debus lança novo livro

Marco Aurélio Pereira



Recebo email da Profª Eliane, relatando que sofreu um acidente automobilístico, mas, felizmente, nada sofreu. Passado o susto, ela relata que estará lançando nesta semana, seu novo livro! Eis que transcrevo abaixo, a íntegra do email:

"Car@s amig@s

Na próxima sexta-feira (25/07) lanço o livro infantil O medo e seus segredos (Editora Franco – JF, Ilustrações de Bruno Grossi).

Conto com a sua presença!!!

Local: Centro Sul – Baia Sul – Centro Florianópolis

Horário: 18 horas

Local: Estande Lúdicosaber

EDUCASUL 2008

Podes repassar para os e-mails que tiveres da turma?"


Portanto, a informação está repassada a tempo de permitir que os interessados apareçam.

Aproveito para desejar todo o sucesso à Profª Eliane Debus, em mais esta empreitada.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Prática da Leitura na Escola

Kizy Roberta Ribeiro

Ler é sonhar acordado. É acordar do falso sonho dos imediatistas. E despertar para a real função da linguagem: “exprimir as relações das coisas” (Simone Weil)

Nas escolas, o processo de ensino estabelece na sala de aula o uso artificial da linguagem, dificultando a aprendizagem de uma língua ou da variedade de uma língua. A aprendizagem é limitada, pois não se escrevem textos, mas produzem-se redações; não se lêem textos, mas fazem-se exercícios de interpretação; não se faz análise lingüística, mas aplicam-se a dados preexistentes. E isso é simular ao uso da língua escrita, leituras e a prática científica da análise lingüística. Por isso propõe-se a prática da leitura para se chegar ao domínio da língua padrão.
Um texto precisa de alguém que o escreva e outro alguém que o leia. O leitor, a partir do texto, deve ser capaz de alcançar seu significado, reconhecer o que o autor pretendia alcançar com o texto. Como unir esse ponto de vista de leitura com atividades de sala de aula, sem cair no processo de simulação de leitura? Cada leitor terá seu ponto de vista sobre o texto, o aluno terá um e o professor o seu. Para isso os leitores, antes de ler o texto, terão que estabelecer o uso da leitura como: busca de informação, estudo do texto, como pretexto ou para desfrutar do texto.
A leitura como busca de informação é utilizada para extrair do texto uma informação. Essa é a base do ensino, onde o aluno busca no texto informações X ou Y, ainda que a resposta tenha sido autoritária e artificialmente imposta pelo processo escolar (avaliação, por exemplo). Essa leitura pode ser dividida em métodos, a busca da informação previamente estabelecida e a busca sem roteiro elaborado.
O aluno através desse método de leitura deve desenvolver habilidades para ser capaz de obter a significação do texto. Desse modo, terá a ajuda para assumir o controle da
própria leitura.
A leitura como estudo do texto também é uma forma de buscar informação específica como a tese defendida no texto, os argumentos apresentados em favor da tese defendida, os contra-argumentos levantados em teses contrárias, a coerência entre tese e argumentos. Esse tipo de estudo pode pôr em dúvida a tese defendida, mas não os argumentos expostos, assim atribuindo significado àquilo que lê.
A leitura do texto para utilizá-lo como pretexto é estudar o fundamento do texto que poderá ser utilizado para a produção de uma outra obra. Como cada leitor terá seu ponto de vista, terá o pretexto do aluno e o pretexto do professor. Como nas escolas o prazer da leitura não existe, lê-se um romance para preencher uma ficha de leitura, para fazer uma prova e outros trabalhos, e não pelo prazer da própria leitura, ou seja, não faz leitura como fruição do texto.
É preciso trazer para dentro da escola o que dela se excluiu, o prazer e o incentivo a leitura. E para isso é necessário buscar estratégias que visam à aprendizagem significativa e é necessário recuperar três princípios:
1. O caminho do leitor que deve ser considerado é essencial o respeito pelos passos e pela caminhada do aluno enquanto leitor.
2. O circulo do livro é a melhor saída para estimular os alunos, deixando-os ler livremente, por indicação de colegas, pela curiosidade, pela capa, pelo título etc.
3. Não há leitura qualitativa no leitor de um livro. O professor deve estimular a leitura de livros, pois a quantidade pode gerar qualidade, pois ao ler um texto o aluno pode obter uma qualidade tendo uma boa bagagem de leitura que possa facilitar a interpretação do texto escolhido.
Todos os professores devem que estimular a leitura, e o melhor lugar para iniciar esse hábito é na escola. Os alunos devem ler não somente grandes obras de ilustres autores, mas também o poema que alguém escreve, mas está guardado na gaveta.
A motivação para leitura envolve curiosidade e abertura a novos conhecimentos e informações, o professor deve proporcionar aos alunos oportunidades de crescimento e enriquecimento cultural, social, intelectual e momentos de lazer através de livros e de leitura recreativa, deve indicar livros, utilizar a biblioteca escolar, precisa estar equipado de material de boa qualidade para desempenhar sua função de agente educacional.
A leitura é uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento. Está intimamente ligada ao sucesso do ser que aprende. Permite ao leitor situar-se com os outros. Possibilita a aquisição de diferentes pontos de vista e alargamento de experiências. É também um recurso para combater a massificação executada principalmente pela televisão. O livro é ainda um importante veículo para a criação, transmissão e transformação da cultura.
E o aluno tem que buscar suas preferências, pois virará prazer, e por conseqüência um hábito. A leitura é um processo vivo que não se desfaz na última página do livro, o leitor incorpora como vivência, não sendo o mesmo depois da leitura. Ela é tão rica que fica impregnada na imaginação e na vida do leitor, tendo uma nova visão, gostando ou não do livro.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Processo de Implantação da Língua Espanhola nas Escolas Públicas

Por Irene Sarmento Cabral

Processo de Implantação da Língua Espanhola nas Escolas Públicas
Publicado por Rodrigo Vilaça [Rodrigo] em 09/4/2008 (278 leituras)

A língua espanhola está sendo implantada como uma opção ao ensino de língua estrangeira no Brasil porque vivemos, na promoção de relações políticas e comerciais, e, no desenvolvimento de recursos humanos, para atender o processo de comunicação entre os povos latinos. No Brasil, é notável a presença, cada vez maior, do interesse pela língua espanhola. Sua crescente importância, devido ao MERCOSUL, tem determinado sua inclusão nos currículos escolares, no Brasil; e do Português, nos países de língua espanhola na América, tem contribuído para o fortalecimento das relações de seus habitantes, pois há uma mudança expressiva de ordem cultural, social, econômica e política.IntroduçãoPara a implantação da Língua Espanhola foi sancionada pelo Presidente da Republica Luiz Inácio Lula da Silva, em conjunto ao Ministro da Educação, o Sr. Fernando Haddad, por meio da Lei de nº. 11.161, de 05 de agosto de 2005.A lei 11.161/05 traz em seu art. 1º. e parágrafos, o seguinte: Art. 1o O ensino da língua espanhola, de oferta obrigatória pela escola e de matrícula facultativa para o aluno, será implantado, gradativamente, nos currículos plenos do ensino médio.§ 1o O processo de implantação deverá estar concluído no prazo de cinco anos, a partir da implantação desta Lei.§ 2o É facultada a inclusão da língua espanhola nos currículos plenos do ensino fundamental de 5a a 8a séries.No caput do art. 1º, fica estabelecido que o ensino da língua espanhola seja ofertado de forma obrigatória pela escola, e que será de matrícula facultativa para o aluno.Percebe-se assim que houve uma preocupação em deixar que o próprio aluno decida se quer ou não estudar essa língua estrangeira. Cabe agora verificar se as escolas realmente apresentam (ou pretendem apresentar) o espanhol como língua facultativa e como o fazem (ou farão), uma vez que é necessária uma boa organização estrutural no que se referem aos horários, professores, número de alunos por turma, etc. para que cada estudante possa fazer valer o seu direito de estudar ou não esse idioma. No entanto, no § 2º. a lei determina que, o prazo para que as escolas se mobilizem para esta implantação do ensino da língua espanhola deverá estar concluída no prazo de cinco anos a partir da implantação da Lei, ou seja, terminando este prazo em 5 de agosto de 2010.Podemos perceber que o prazo está se encerrando. E percebemos ainda o quanto as Faculdades e Universidades do país passaram a oferecerem em seus cursos de licenciatura Curso de Letras/Espanhol. Um dado alarmante foi publicado pela A Folha On-line, em 29 de agosto de 2005, que divulgou: “[...] que o país precisa capacitar cerca de 12 mil professores para levar o ensino do espanhol a todas as escolas de nível médio, segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, que garantiu que há condições para fazê-lo (Folha de São Paulo, 2005b).”ConclusãoNeste artigo foi apresentada de forma sucinta à implantação do ensino da língua espanhola, em conformidade com a legislação vigente Lei nº. 11.161, de 05 de Agosto de 2005. Para isso, foi utilizado primeiramente o estabelecimento pela lei, e com o processo de formação de professores para lecionar a disciplina. Também foram realizados alguns comentários sobre o texto legal.Por fim podemos reconhecer que esta pesquisa sobre a implantação do ensino da língua espanhola nas escolas públicas necessita ser ampliada com critérios mais rigorosos, mas com os dados de que dispomos pode-se afirmar que há muito que se fazer para que a proposta do texto legal seja de forma efetivamente cumpridareferênciasBRASIL. Disponível em <http://ojs.gc.cuny.edu/index.php/lljournal/article/viewArticle/239/256>. Acessado emBRASIL. Lei 11.161/2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11161.htm>. Acessado em: 09 ago.2008.Folha de São Paulo. “País precisa capacitar 12 mil professores de espanhol”. Folha on-line. 29 de agosto de 2005b. 8 de setembro de 2006. Acessado em:09 ago.2008

terça-feira, 15 de julho de 2008

Dificuldades em sala

O ensino da rede pública apresenta várias dificuldades, como fornecer um ambiente adequado para os professores e seus alunos, para fornecer uma troca de conhecimento.
Salas com mais de 25 alunos, professores com carga horária saturadas, alunos que sofrem com problemas financeiros e familiares. Nos dias de hoje as escolas públicas tem de aceitar alunos com necessidades especiais para ser trabalhados do mesmo modo que um aluno normal, este que já tem suas dificuldades, para não sofrer desigualdade.
Tudo isso desfavorece a aquisição de um segundo idioma na sala de aula. Como aluno; sentem vergonha de tirar dúvidas, por ter medo de ser questionado tanto pelo professor como pelos próprios colegas; dificuldades de falar e escutar o inglês, através de listening ou leitura do professor; conversas paralelas durante as explicações e brincadeiras; tudo que atrapalha na concentração do mesmo como a própria preparação do professor em sala.
Existem escolas preparatórias para um ensino adequado, mas são particulares, com no máximo 20 alunos em sala, estudantes bem alimentados e com boa concentração. Sem contar que, se têm alunos com problemas, existe profissionais preparados para apoiar e ajudar-los a conviver ou a resolver seus problemas, contarão com o apoio para uma melhora no desempenho escolar.
Professores sofrem em aula com suas matérias, o mesmo se dirá com o professor de idioma. Sabe-se que para adquirir um segundo idioma precisa de muita força de vontade, e no máximo 15 alunos. No ensino público o segundo idioma só entra no currículo a partir da 5° série do ensino fundamental e tendo que aprender muito em pouco tempo.
Por Paula Pereira Ferrugem

quinta-feira, 10 de julho de 2008

DINÂMICAS NAS AULAS DE PRODUÇÃO TEXTUAL

POR CRISTINA MENGER MACEDO


DINAMIZANDO AS AULAS DE PRODUÇÃO TEXTUAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

Alunos exaustos, desanimados, impacientes, indisciplinados... O que fazer para tornar suas aulas mais agradáveis, professores? Talvez não tenhamos mesmo muito dinamismo, pois com tantos atrativos mais interessantes, nossos alunos acabam achando nossas aulas um tédio. Mas perder as estribeiras e a esperança não resolve.
Tomando como exemplo as aulas da professora Eliane Debus (Produção em verso), apliquei uma dinâmica para a produção de poesias em duas turmas de 7°ano do Ensino Fundamental, do CENTRO DE EDUCAÇÃO “ELCANA”, onde leciono.
O resultado é surpreendente, pois, do aluno mais desinteressado ao mais participativo, todos, sem exceção, desenvolveram a tarefa.
Cada aluno deveria trazer uma frase em que a última palavra rimasse com um nome de flor, 7° ano A, e com o 7° ano B trabalhei rimas com animais. Para causar mais interesse, cada um lia a sua frase e outro colega tentava adivinhar a flor ou o animal em cada turma respectivamente, tornando a atividade muito prazerosa. Eu já havia realizado com eles a rima com animais como exemplo e pude perceber a boa receptividade com o assunto.
Eis aqui as produções como ficaram:

PASSEIO DAS FLORES NO QUINTAL

O nome da minha amiga é Romélia
Bromélia
Fui ao mercado comprar margarina
Margarida
O sol irradia
Orquídea
A vaca tem apenas uma teta
Violeta
Eu fui no campo
Flor-do-campo
Fui ao mercado comprar suspiro
Papiro
Amo o sol
Girassol
Deram um videogame para mim
Jasmim
Não sofra
Alcachofra
Ela tem gosto de leite
Copo-de-leite
Vou passar rímel em meus cílios
Lírios
Eu odeio a noite
Dama-da-noite
Não gosto de ciências
Hortênsias
Meu tio é bravo
Cravo
Tem gente que toca tumba
Zabumba
A moça estava formosa
Rosa
Fui jantar na mesa
Brinco-de-princesa
Eu gosto de soltar pipa
Tulipa
Comi uma pêra
Nêspera
Fui comprar pão
Boca-de-leão
O fazendeiro cria cavalo
Crista-de-galo

(7° ano A)







NA FLORESTA
Comprei dois caquis
Sagüis
Se ocê arrastá vai arranhá
Aranha
É um bicho gordo e grande
Elefante
Fui comprar feijão
Mico-leão
Eu tava pedindo arrego
Morcego
Vi uma vaca ontem
Rinoceronte
Ela é uma graça
Garça
Eu fui para o mato
Gato
Estava sentado na areia
Baleia
Minha irmã é uma fedelha
Abelha
Ah, filhinha minha, coitadinha!
Fuinha
A guria pescou ostra
Mosca
O cara perdeu seu sapato
Pato
Mas que intriga
Formiga
Vou arrancar esse mato
Rato
Ela foi passear no meio do mato
Lagarto
Chegou uma nova era
Pantera
Fui comprar iogurte
Mamute
Que droga de feixe
Peixe
Por favor, abra
Cabra
7° ano B


Realizei a POESIA NA TEIA, também pondo em prática uma das aulas de professora Eliane. A técnica consiste em reunir os alunos em círculo e com um novelo de lã, joga-se de um para o outro dizendo versos, o aluno que recebe o novelo em mãos continua a poesia rimando com seu colega anterior, e assim sucessivamente. Ao cair o novelo, inicia-se nova rima. Veja como ficou o trabalho com o 7° ano B:

Vou te contar um segredo
Ai que medo
De cortar o dedo

Na toca do tatu

Eu gosto de chocolate
Quando meu cachorro late
Eu odeio tomate

Vai chover

Que dia de sol

Amo comer batata-frita
Tenho saudade da minha tia
Mas que lindo dia

Vou comê
Pão com patê

Tomate e chocolate

Gosto de comer salada
E gosto quando ela fica calada
Eu vou na balada
Comer feijoada
Acho que vai cair uma geada
Então irei bem preparada

Te conheço?
Gosto do meu paísão




TRABALHANDO A DESCRIÇÃO EM UMA TURMA DE 6° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Pede-se para que o aluno traga uma gravura de produto de qualquer folheto de propaganda comercial. Fazendo de conta que são os vendedores, eles fazem um texto descritivo oferecendo seu produto, como um Classificados. Veja:





Semana da Arte Poética

Para aqueles que apreciam Poesia e Criatividade, recomendo que se dirijam até o Hall de entrada do prédio G da Unisul – Campus Pedra branca, localizado no bairro Cidade Universitária, Palhoça.
Os alunos da 5ª fase do curso de Letras – Português/Inglês estão expondo diferentes formas de apresentar poesia. A princípio foi um trabalho solicitado pela professora Dr. Eliane Debus, que com certeza deu certo. Vale a pena conferir e viajar um pouquinho nesse mundo maravilhoso dos vários poetas mencionados nessa exposição.















Karla Desengrini






























quarta-feira, 9 de julho de 2008

O nível das redações.

O nível das redações feitas em sala de aula, nas escolas brasileiras, beira o nível do ridículo em todo o território nacional. Os alunos não possuem o menor domínio da língua padrão, e a profundidade dos textos é irrisória. Os textos fogem completamente ao tema proposto, apresentam falhas graves de estrutura, possuem insuficiência e inadequação vocabular e erros gramaticais, interferências da oralidade, são compostos de frases soltas, apresentam ausência ou uso indevido de conjunções, emprego incorreto de pronomes, falhas infindáveis de encadeamento, repetição excessiva de itens, frases incompletas ou emendadas, falta de paralelismo, péssima transição entre parágrafos, idéias contraditórias ou ambíguas, quebra constante de relação entre pensamentos, incoerência interna, pouca adequação à realidade e falhas grotescas de progressão. As mesmas falhas encontradas em textos de alunos do segundo grau são também vistas nas produções textuais das fases iniciais dos cursos universitários, e com a exceção dos cursos que trabalham a produção textual ao longo de todos os semestres, o nível das redações permanece o mesmo até o fim, ou seja: o resultado disso é um profissional formado que não sabe escrever de forma minimamente adequada. Alunos de cursos da área da saúde possuem áspera ojeriza à prática de produção textual, pois consideram absolutamente desnecessário o ensino de língua portuguesa em seu curso e declaram que não existe nenhuma relação entre as disciplinas relevantes para cursos como medicina, farmácia, odontologia e nutrição com a prática de produção de textos em língua portuguesa. Os alunos de tais cursos consideram o inglês até mais importante que o português para suas áreas de atuação, uma vez que a literatura técnica de química e biologia comumente usada pelos currículos é toda em inglês. E você, colega de letras, concorda com a opinião dos alunos da área da saúde a respeito do ensino de produção de textos em seus cursos? E o que fazer para melhorar o nível das redações nas escolas de primeiro e segundo grau? Como nós, como futuros profissionais de letras, podemos contribuir para a melhora desse quadro? Deixe seu comentário; vamos trabalhar juntos!
Alice Nunes.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Filhos brilhantes, alunos fascinantes



Por Karina Cristine Petri


Este livro escrito por Augusto Cury é realmente fascinante como a maioria dos seus outros livros É daquele tipo de livros que prende a atenção e faz com que você não pare de ler até chegar ao final. Com certeza, este livro é leitura obrigatória para pais e professores.
O livro é escrito em forma de ficção, de modo a despertar o interesse e a imaginação dos jovens leitores. Isto mostra que o autor não só discursa sobre os estímulos à inteligência, mas também põe em prática suas teorias. Isto pode parecer óbvio, mas infelizmente não é: inúmeros professores que se dizem construtivistas, por exemplo, simplesmente não têm autoridade, não gostam de corrigir as tarefas dos alunos e conservam a postura repressora.

Na introdução, Cury apresenta quatro preceitos básicos para explorar o potencial intelectual que todos temos:

1. Debater e expressar pensamentos e sentimentos

2. Compreender as limitações e ser humilde

3. Buscar novos caminhos sem medo

4. Duvidar e criticar tudo o que chega até nós.

O livro ainda mostra soluções simples para que pais e professores ensinem aos jovens que a vida é mais do que ter muitos compromissos, fazer tudo com pressa e consumir – tudo em forma de ficção, diferentemente da obra anterior. Está certo que, em muitas situações, resolver traumas e mágoas antigas não é tão fácil quanto parece na ficção, mas os jovens que a lêem fortalecem sua esperança e passam a crer que nada é impossível.

O conto mostra, além do professor Romanov, outros professores da escola conhecida como “Escola dos Pesadelos”, que, aos poucos vão modificando a si mesmos, tornando-se assim capazes de introduzir mudanças nas vidas de seus alunos. Realmente não parece ser difícil ensinar os jovens a pensar; provavelmente porque suas memórias ainda são mais facilmente moldáveis quanto as dos adultos, embora não tanto quanto as das crianças pequenas, prontas para serem moldadas, segundo a teoria construtivista.

Para finalizar, o livro nos traz a reflexão que o papel dos professores deve ser merecidamente reconhecido, por sermos nós quem temos o dom de fazer com que se abram as janelas da mente.