Marco Aurélio Pereira
Após uma consulta a outros professores, colegas de trabalho na EJA, decidi postar sobre um tema que tem sido polêmico e que ao mesmo tempo, tem povoado suas inquietações e as de muitos outros educadores: a temática da Avaliação. Foi opinião unânime, que todas as contradições existentes na educação se exibem em uma vitrine: a avaliação. E esta mostra as deficiências ou sucesso das diversas formas com que tem sido programada e aplicada. Mas, como avaliar de forma a criar um ambiente propicio ao aprendizado.. como avaliar sem excluir?
É importante lembrar que a escola não está isolada da sociedade em que está inserida. Como a sociedade se encontra em um momento de muita tensão e disparidades, também a escola não funciona harmonicamente. Os textos de formação de ontem não resolvem os problemas da sociedade de hoje. Portanto, o professor deve estar preparado para atuar nesse meio e para tomar decisões pessoais arriscadas. Tem que tomar posição como única garantia de um agir consciente e comprometido, que leva à busca de respostas para os objetivos da educação e das exigências pragmáticas visando à compreensão atual dos processos da aprendizagem e da cognição... que mudou muito. A didática crítica nos diz que a avaliação é processo de indagação e reflexão e ponto de partida para a ação e não ponto final de comprovações sobre dados passados. Necessitamos dela pra compreender e para fortalecer os processos que desejamos gerar.
A avaliação, do modo como tem sido aplicada nos dias de hoje, desempenha funções que a distanciam dos propósitos de formação e os usos que se fazem dela geralmente se prestam mais a excluir e selecionar do que à formação e à integração. As formas pelas quais se exerce o controle sobre o que se aprendeu inibem, distorcem e desvirtuam a aprendizagem. Criam situações irreais, em que a ansiedade, a tensão, a desconfiança e o medo substituem a motivação para assegurar a aprendizagem. O paradoxo está à vista: a avaliação formativa está tão presente nos discursos quanto ausente nas práticas.
Portanto é preciso entender que nos contextos educativos e não apenas nos instrutivos, o exame é um meio um artifício, nunca um fim. É válido na medida em que informa e não obstrui, observa e não castiga, ajuda e não cria obstáculos, estimula e não restringe, libera e não submete. O exame será importante se o conteúdo das perguntas for importante. Será didaticamente formativo se os usos que se façam dele estiverem a serviço dos que aprendem.
Para atuar de forma crítica e criativa, para tratar o aluno como pessoa que pode pensar criticamente e autonomamente, é preciso ser uma pessoa que pensa, que viveu a experiência do pensamento crítico e autônomo e que agora revela uma atitude criticamente construtiva com relação ao aluno.
Os fins que a educação persegue são um referencial permanente que deve orientar a prática. Não podem atuar do mesmo modo os que entendem a educação como inclusão ou como exclusão, como integração ou como segregação, como submissão ou como emancipação. Sem o referencial teleológico (em tempo: um argumento Teleológico é o tipo de argumento que se baseia em uma finalidade, uma causa final, um fim: analisa-se aqui se os objetivos estão sendo cumpridos ou desviados); qualquer ação empreendida pode distorcer o desempenho docente.
Avaliar para aprender, eis a questão. A avaliação educativa tem sentido e é plenamente justificada quando está a serviço de quem aprende e assegura sempre e em todos os casos a correta aprendizagem mediante as devidas correções e as indicações pertinentes.
Como educadores, devemos fazer algumas importantes indagações como reflexão: Se a escola que queremos pode ser melhor que a sociedade que temos. Se a educação que queremos para nossos alunos é a mesma que queremos para nossos filhos. E se a sociedade que desejamos é a que necessita dos cidadãos que estamos formando hoje. O compromisso que decorrer daí marcará o rumo futuro das ações docentes. E nós, graduandos de Letras e futuros professores, devemos desde já, olhar para esta questão de forma critica com o intuito de oferecer a nossos alunos, o melhor.