segunda-feira, 30 de junho de 2008

AVALIAÇÃO – Uma Prática Crítica, ou Criticada?

Marco Aurélio Pereira

Após uma consulta a outros professores, colegas de trabalho na EJA, decidi postar sobre um tema que tem sido polêmico e que ao mesmo tempo, tem povoado suas inquietações e as de muitos outros educadores: a temática da Avaliação. Foi opinião unânime, que todas as contradições existentes na educação se exibem em uma vitrine: a avaliação. E esta mostra as deficiências ou sucesso das diversas formas com que tem sido programada e aplicada. Mas, como avaliar de forma a criar um ambiente propicio ao aprendizado.. como avaliar sem excluir?

É importante lembrar que a escola não está isolada da sociedade em que está inserida. Como a sociedade se encontra em um momento de muita tensão e disparidades, também a escola não funciona harmonicamente. Os textos de formação de ontem não resolvem os problemas da sociedade de hoje. Portanto, o professor deve estar preparado para atuar nesse meio e para tomar decisões pessoais arriscadas. Tem que tomar posição como única garantia de um agir consciente e comprometido, que leva à busca de respostas para os objetivos da educação e das exigências pragmáticas visando à compreensão atual dos processos da aprendizagem e da cognição... que mudou muito. A didática crítica nos diz que a avaliação é processo de indagação e reflexão e ponto de partida para a ação e não ponto final de comprovações sobre dados passados. Necessitamos dela pra compreender e para fortalecer os processos que desejamos gerar.

A avaliação, do modo como tem sido aplicada nos dias de hoje, desempenha funções que a distanciam dos propósitos de formação e os usos que se fazem dela geralmente se prestam mais a excluir e selecionar do que à formação e à integração. As formas pelas quais se exerce o controle sobre o que se aprendeu inibem, distorcem e desvirtuam a aprendizagem. Criam situações irreais, em que a ansiedade, a tensão, a desconfiança e o medo substituem a motivação para assegurar a aprendizagem. O paradoxo está à vista: a avaliação formativa está tão presente nos discursos quanto ausente nas práticas.

Portanto é preciso entender que nos contextos educativos e não apenas nos instrutivos, o exame é um meio um artifício, nunca um fim. É válido na medida em que informa e não obstrui, observa e não castiga, ajuda e não cria obstáculos, estimula e não restringe, libera e não submete. O exame será importante se o conteúdo das perguntas for importante. Será didaticamente formativo se os usos que se façam dele estiverem a serviço dos que aprendem.

Para atuar de forma crítica e criativa, para tratar o aluno como pessoa que pode pensar criticamente e autonomamente, é preciso ser uma pessoa que pensa, que viveu a experiência do pensamento crítico e autônomo e que agora revela uma atitude criticamente construtiva com relação ao aluno.

Os fins que a educação persegue são um referencial permanente que deve orientar a prática. Não podem atuar do mesmo modo os que entendem a educação como inclusão ou como exclusão, como integração ou como segregação, como submissão ou como emancipação. Sem o referencial teleológico (em tempo: um argumento Teleológico é o tipo de argumento que se baseia em uma finalidade, uma causa final, um fim: analisa-se aqui se os objetivos estão sendo cumpridos ou desviados); qualquer ação empreendida pode distorcer o desempenho docente.

Avaliar para aprender, eis a questão. A avaliação educativa tem sentido e é plenamente justificada quando está a serviço de quem aprende e assegura sempre e em todos os casos a correta aprendizagem mediante as devidas correções e as indicações pertinentes.

Como educadores, devemos fazer algumas importantes indagações como reflexão: Se a escola que queremos pode ser melhor que a sociedade que temos. Se a educação que queremos para nossos alunos é a mesma que queremos para nossos filhos. E se a sociedade que desejamos é a que necessita dos cidadãos que estamos formando hoje. O compromisso que decorrer daí marcará o rumo futuro das ações docentes. E nós, graduandos de Letras e futuros professores, devemos desde já, olhar para esta questão de forma critica com o intuito de oferecer a nossos alunos, o melhor.


8 comentários:

Curso de Letras da UNISUL disse...

Realmente esse assunto é muito importante. Principalmente para nós (futuros professores).
Foi uma ótima escolha.

PArabéns

Um abraço

Kátia Back

Anônimo disse...

Valeu Marcos, é assim mesmo,os futuros professores tem que se ater a essa sua obsevação,para podermos ter avanço na educação.uma boa postagem, parabéns,amigo.

um abrço,

Valter

Curso de Letras da UNISUL disse...

Ótima escolha Marco, informação importante para nós futuros professores...
Parabéns

Kizy

Anônimo disse...

Olá Marcos, excelente escolha para postar. Acho a avaliação uma díficil tomada de decisão que o professor têm para tomar frente ao aluno.Ao mesmo tempo que ela é exigida, é também uma grande sombra de dúvida que rodeia o profissional da educação na hora de absolver ou condenar.Não sei se algum dia saberei faze-la com justiça sem excluir. Beijos. Angélica

mrflawless85 disse...

Muito bom.Gostei muito!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Ola Marcos, infelismente o aluno tem que passar por esse processo do qual é desaprovado por um grande número de pessoas. Com ese sistema o aluno é julgado tão somente pelo que escreve em uma folha de papel, cujo comteúdo nomina-se "teste ou prova". E mais,
conteúdo esse que nem sempre será importante para a sua formação e carater. Mas com certeza poderá ser causa da destruição de carater e formação de um cidadão.
Parabéns

lucia

Anônimo disse...

É, INFELIZMENTE nosso aluno já é um produto do sistema capitalista sem se quer saber defini-lo. A avaliação com objetivo de se dar uma nota, mostra que o ser humano é um simples número,o que mais tarde será confirmado em sua carteira de identidade, CPF, conta corrente, senha etc, etc, etc e etc.
Parabéns pela postagem!
Um abraço,
CRIS

Anônimo disse...

o tema abordado é muito
interessante, infelismente em minha cabeça, eu penso que o eja,(apesar de ter uma otima estrutura pedagógica e professores muito bem qualificados) só serve para os trouxas se enganarem,segundo alguns alunos do eja que eu conheço e os ajudei, só vão para aula apenas para obter um certificado, e não conhecimento.

um grande abraço. ( nada pessoal)