segunda-feira, 21 de julho de 2008

Prática da Leitura na Escola

Kizy Roberta Ribeiro

Ler é sonhar acordado. É acordar do falso sonho dos imediatistas. E despertar para a real função da linguagem: “exprimir as relações das coisas” (Simone Weil)

Nas escolas, o processo de ensino estabelece na sala de aula o uso artificial da linguagem, dificultando a aprendizagem de uma língua ou da variedade de uma língua. A aprendizagem é limitada, pois não se escrevem textos, mas produzem-se redações; não se lêem textos, mas fazem-se exercícios de interpretação; não se faz análise lingüística, mas aplicam-se a dados preexistentes. E isso é simular ao uso da língua escrita, leituras e a prática científica da análise lingüística. Por isso propõe-se a prática da leitura para se chegar ao domínio da língua padrão.
Um texto precisa de alguém que o escreva e outro alguém que o leia. O leitor, a partir do texto, deve ser capaz de alcançar seu significado, reconhecer o que o autor pretendia alcançar com o texto. Como unir esse ponto de vista de leitura com atividades de sala de aula, sem cair no processo de simulação de leitura? Cada leitor terá seu ponto de vista sobre o texto, o aluno terá um e o professor o seu. Para isso os leitores, antes de ler o texto, terão que estabelecer o uso da leitura como: busca de informação, estudo do texto, como pretexto ou para desfrutar do texto.
A leitura como busca de informação é utilizada para extrair do texto uma informação. Essa é a base do ensino, onde o aluno busca no texto informações X ou Y, ainda que a resposta tenha sido autoritária e artificialmente imposta pelo processo escolar (avaliação, por exemplo). Essa leitura pode ser dividida em métodos, a busca da informação previamente estabelecida e a busca sem roteiro elaborado.
O aluno através desse método de leitura deve desenvolver habilidades para ser capaz de obter a significação do texto. Desse modo, terá a ajuda para assumir o controle da
própria leitura.
A leitura como estudo do texto também é uma forma de buscar informação específica como a tese defendida no texto, os argumentos apresentados em favor da tese defendida, os contra-argumentos levantados em teses contrárias, a coerência entre tese e argumentos. Esse tipo de estudo pode pôr em dúvida a tese defendida, mas não os argumentos expostos, assim atribuindo significado àquilo que lê.
A leitura do texto para utilizá-lo como pretexto é estudar o fundamento do texto que poderá ser utilizado para a produção de uma outra obra. Como cada leitor terá seu ponto de vista, terá o pretexto do aluno e o pretexto do professor. Como nas escolas o prazer da leitura não existe, lê-se um romance para preencher uma ficha de leitura, para fazer uma prova e outros trabalhos, e não pelo prazer da própria leitura, ou seja, não faz leitura como fruição do texto.
É preciso trazer para dentro da escola o que dela se excluiu, o prazer e o incentivo a leitura. E para isso é necessário buscar estratégias que visam à aprendizagem significativa e é necessário recuperar três princípios:
1. O caminho do leitor que deve ser considerado é essencial o respeito pelos passos e pela caminhada do aluno enquanto leitor.
2. O circulo do livro é a melhor saída para estimular os alunos, deixando-os ler livremente, por indicação de colegas, pela curiosidade, pela capa, pelo título etc.
3. Não há leitura qualitativa no leitor de um livro. O professor deve estimular a leitura de livros, pois a quantidade pode gerar qualidade, pois ao ler um texto o aluno pode obter uma qualidade tendo uma boa bagagem de leitura que possa facilitar a interpretação do texto escolhido.
Todos os professores devem que estimular a leitura, e o melhor lugar para iniciar esse hábito é na escola. Os alunos devem ler não somente grandes obras de ilustres autores, mas também o poema que alguém escreve, mas está guardado na gaveta.
A motivação para leitura envolve curiosidade e abertura a novos conhecimentos e informações, o professor deve proporcionar aos alunos oportunidades de crescimento e enriquecimento cultural, social, intelectual e momentos de lazer através de livros e de leitura recreativa, deve indicar livros, utilizar a biblioteca escolar, precisa estar equipado de material de boa qualidade para desempenhar sua função de agente educacional.
A leitura é uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento. Está intimamente ligada ao sucesso do ser que aprende. Permite ao leitor situar-se com os outros. Possibilita a aquisição de diferentes pontos de vista e alargamento de experiências. É também um recurso para combater a massificação executada principalmente pela televisão. O livro é ainda um importante veículo para a criação, transmissão e transformação da cultura.
E o aluno tem que buscar suas preferências, pois virará prazer, e por conseqüência um hábito. A leitura é um processo vivo que não se desfaz na última página do livro, o leitor incorpora como vivência, não sendo o mesmo depois da leitura. Ela é tão rica que fica impregnada na imaginação e na vida do leitor, tendo uma nova visão, gostando ou não do livro.

6 comentários:

Anônimo disse...

É isso aí, minha tia!! Mandou bem! Como poderemos ensinar a língua Portuguesa, sem antes formar leitores eficientes, de forma adequada? Muito bom tópico. Parabéns.

Anônimo disse...

Kizy, voçê nos mstrou realmente o que acontece no ensino de hoje, a sua esplanção é muito interessate tanto para os leitores quanto para os futuros professores, que poderam melhorar e fazer um ensino de qualidade. Parabéns! gostei...

Um abraço;

Seu Valter

Anônimo disse...

Muito boa a sua escolha Kizy..
Afinal, ler é o primeiro passo para nos tornarmos pessoas cultas e atentas ao que ocorre ao nosso redor..
Infelizmente, nas escolas públicas brasileiras a leitura ainda não é vista e percebida pelo aluno como um passo para o seu futuro....
Parabéns..
Karina

Anônimo disse...

Olá figura!! Venho através deste parabelizá-la por usa escolha. A leitura é o primeiro passo para um aluno desenvolver uma boa escrita e tornar-se uma indivíduo crítico.

É isso aí!!

um abraço

Kátia

Anônimo disse...

Sem duvidas ,o conhecimento se dá através da busca de muitas leituras,e para chegar ao auge do conhecimneto, nossa biblioteca mental precisa repleta de palavras procedentes de bons livros.

Anônimo disse...

È uma pena que a leitura principalmente nas classes iniciais seja tão deficiente. Será que os professores não param para pensar o quanto a leitura é importante, pois é através dela que o aluno erá aprender a escrever, decifrar os vocábulos, interpretar e arquivar informações que no futuro seráo responsáveis pelo seu nivél intelectual.

Belo tema

Lucia